21/05/2014

História: Estrada sem Fim - Parte 4


Oi!

Isso mesmo! Eu tava com saudades de fazer essa história, então, vou posta-la agora, espero que você goste, ela tá bem extensa e intensa, nessa parte confesso que fugi um pouquinho da realidade (na parte da Claire) mas tentei ao máximo deixa-la com a minha cara E0E...

História: Estrada sem Fim - Parte 4


“No fundo, todos temos um coração bom, só que às vezes algumas pessoas se perdem no meio da escuridão.” — May

O comentário que eu havia recebido, era da Claire. Claire comentou:

Leitor Claire disse...

JY, eu sei quem é você, olá, Jany.


Eu fiquei assustada. Era segredo quem eu era, e aliás, quem era a Claire? Decidi então, fechar o blog pra sempre. Então, exclui tudo o que eu havia postado, eu nunca mais iria querer criar um blog.

8 meses depois...

O pior mês da minha vida eu estava vivendo. Tudo estava dando errado, tudo mesmo. Mia e Carie sempre me ofendiam, até que, elas resolveram pegar pesado:

— AQUI NÃO É SEU LUGAR! VAI EMBORA! VAMOS ASSINAR UM BAIXO ASSINADO PRA VOCÊ SER EXPULSA DA ESCOLA! — Disse muito irritada Mia.
— Mas eu nunca fiz nada pra vocês. — Falei assustada.
— FEZ SIM! VOCÊ NASCEU! — Gritou a Carie.
— Mas... — Eu falei aquilo com uma lágrima escorrendo.

Passaram alguns minutos e a turma inteira (menos Bella e Steve) começou a assinar a folha. Eu me senti tão mal, eu fiquei com ódio de mim, de novo, e aquilo teria que sair de dentro de mim. Rapidamente, corri pro banheiro, me tranquei lá dentro, procurei alguma coisa pra me... cortar. E me cortei. Eram três cortes no mesmo braço, eu não tinha orgulho deles, odiava eles, mas aquilo era o único jeito daquela dor sair de dentro de mim e ir embora de uma vez por todas, mas ela voltava e eu continuava fazendo aquilo... Não importava o que eu fizesse, Mia e Carie sempre vão me odiar... quer dizer, quase a turma inteira. Dito e feito, duas semanas depois eu tive que sair da escola. Me separei do Steve, eu nunca mais vi ele. Era hora de seguir em frente e procurar um lugar onde os outros me aceitassem. Meus pais me matricularam numa nova escola, não sei se eles gostariam de mim, mas... Bom, não custa tentar.
Entrei na escola, e todos olhavam pra mim como se eu fosse uma estranha. Que na hora, eu realmente era. Apareceu um menino, e me perguntou:

— Você é a nova aluna? Jany? — Perguntou ele.
— Sou eu sim. Por quê? — Perguntei.
— Sua amiga estuda aqui. — Disse ele.
— Am? Que amiga? — Perguntei confusa.
— Em breve você vai saber quem ela é. — Disse ele no maior mistério.

Quem era a minha amiga? Bella? Acho que não. Entrei numa sala, que era a minha, me sentei no fundo (não queria que todos me vissem) e sentou logo depois, uma menina do meu lado e disse:

— Oi! — Disse ela — É aquela sua amiga! Não lembra?
— Desculpa, quem é você? — Perguntei.
— A Claire! — Falou muito animada.
— O QUÊ? — Me assustei.

Como? Isso parecia coisa de outro mundo! Como que a Claire da internet era a minha mais nova colega de classe? E o pior: será que ela não contou sobre os meus problemas pros meus outros colegas? Ah não!

— Psiu! Não se preocupa, eu não vou contar pra ninguém... E nem contei! — Falou baixinho ela.
— Sério? MUITO OBRIGADA! — Agradeci.

Que bom! Pelo menos, ela não contou. Eu estava com saudades do... Bom, do Steve. Queria muito saber o que ele estava fazendo naquele minuto. Será que tinha arranjado uma nova namorada? Pedi licença pra professora pra ir no banheiro, escondi meu celular no meu bolso e tentei procurar o número de celular dele. Achei! Então liguei pra ele...

Eu: Oi? É o Steve?
Steve: É sim! Jany!
Eu: Oi! 
Steve: Como tá indo a nova escola?
Eu: Ah... Bem. 
Steve: Bom, só pra avisar: eu estou namorando a Bella.

O QUÊ? EU SABIA QUE AQUELA VACA IRIA... GRR! Desliguei na cara dele, exclui o número dele do meu celular, e bloqueei ele. #TchauSteve. Mas acho que quando a vida separa alguém da gente, é porque coisas melhores estão por vir. O quê? Nada. Nenhuma “coisa melhor” vai vir. Nenhuma. Só a Claire mesmo, mas... Sei lá, Claire tinha alguma coisa escondida... Espera, tô me esquecendo de alguma coisa... Ah é! Claire disse, que faziam bullying com ela, chamavam ela de gorda. Então, quer dizer que... iriam... me... ofender... de... novo? Tudo aquilo... Toda dor? Iria tudo começar de novo? Pra prevenir que isso acontecesse, eu fiquei o dia inteiro me escondendo pra ninguém me ver. Fiquei com a Claire no recreio, mas mesmo assim, eu estava sendo discreta, não queria que a turma inteira me zoassem como me zoavam na outra escola... ou melhor, no outro inferno. Claire começou a puxar assunto:

— É impressão minha ou... Você tá se escondendo? — Perguntou. Merda!
— Não, claro que não! Tá louca, por que eu me esconderia? Hahaha! Pirou! — Super discreta. Mereço o Grammy da “discretividade”.
— Mas então, como era a outra escola? — Perguntou ela.
— Uma merda. — Fui sincera!
— Essa também. — Hahaha! — Você sabia que vai ter uma festa na casa da Kaila?
— Kaila? Quem é Kaila? — Quem é?
— Uma patty. Vai dizer que na sua escola não tinha né... — Disse ela.
— É... Você vai ir?  — Perguntei.
— Vou. Tenho que ir, se não vão me chamar de gorda-com-vergonha. — Disse ela.
— Ah... Nossa. Você tá sendo obrigada à ir pra não sofrer ainda mais bullying. Que horror. — Disse eu, eu tava com medo.
— Bem-vinda à sua mais nova escola, amor.
— Um brinde ao inferno! — Gritei.
— Brinde! Tim-tim! — Entrou na brincadeira a Claire.
Comecei à rir e ela também. Acho que eu deveria ir naquela festa, acho que era o único jeito de não me apelidarem de feiosa-com-vergonha-dois. Não queria que essa tal de Kaila fizesse outro baixo assinado... Esquece Jany! Isso é passado! Ok, ok... Bate o sino pra entrar na sala de aula... E logo aparece a tal Kaila entrando pela porta...

— OI MEUS AMORES! — Disse ela como se fosse uma rainha cumprimentando seus súditos. — Quem é a nova aluna?
Todos apontaram o dedo pra mim. E ela disse:
— Hum... Vejamos, uma feia? Hahaha! Ela é uma feiosa kkkkk! Qual é seu nome mesmo? — Falsa.
— Meu nome é... é... Ja... — Não conseguia dizer. Eu estava com medo.
— Ja? Bem-vinda, Ja, ao meu reino. Eu sou a rainha os outros são os súditos e você e a Cárie ali, são minhas prisioneiras.  
— É CLAIRE E NÃO CÁRIE! — Gritou a Claire.
— Prisioneiras? Por quê? — Perguntei.
— Porque vocês são as mais feias da sala.
— Mas Kai... Kai... 
— KAILA! RAINHA KAILA PRA VOCÊ!
— Rainha Kaila, por que?
— Porque sim. — Disse ela.
Eu disse rainha Kaila? O QUÊ? QUE NOJO! A menina não era bem certa da cabeça mesmo... Ou melhor, era esperta e sabia usar suas armas contra os alunos. 

— E qual é o nome do seu reino? — Eu perguntei só pra zoar mesmo.
— Kailand. — Disse ela.

Quando ela disse “Kailand” todos aplaudiram e gritaram: “KAILA! KAILA!”. Qual era o meu problema? Por que ninguém gostava de mim, tirando a Claire? O que eu tinha? Será que eu era tão feia assim? Com toda a minha certeza. Elas tinham razão, eu era uma feia, burra, estranha, esquisita... eu era um lixo. Lixo. Tudo aquilo me fez piorar, tudo mesmo. Mas eu tinha que aguentar, eu ainda iria ter o meu final feliz. Kaila passou em todas as classes dos alunos distribuindo os convites pra festa dela, que seria numa sexta-feira. Beleza, antes de sair pra ir embora ela pegou na minha mão com força e disse:

— Se você não for, eu vou te zoar pro resto da sua vida. — Ela disse.

Quando cheguei em casa, conversei sobre a festinha da minha amiguinha Kaila (não, não era a minha amiga) com a minha mãe. Óbvio que ela não deixou, em primeiro dia de aula (pra mim né) já tinha festa? Ela não deixou. Ótimo, vou alugar um jatinho pra me levar no castelo da rainha Kaila agora? Hahaha. Tinha que bolar um outro jeito... Até porque, a festa dela era amanhã... Vejamos... Amanhã, meus pais iriam no centro de esportes da cidade (toda sexta-feira eles iam) e me deixavam sozinha em casa. Bom, resolvi deixar aquilo pra depois, decidi dormir pra me acordar e fugir das zoações na escola. Minha vida perfeita, alguém quer trocar comigo? Eu troco. Tudo pra fugir da minha vida e trocar por uma sem problemas e sem bullying na escola. Infelizmente, não dá pra trocar vidas. E sabe qual o problema da vida? Ela não liga pra você. Ela só faz o caminho pra você percorrer, e foda-se como você vai percorre-lo, você tem, tem que achar a saída certa pra ter um final feliz, pelo menos, tentar tê-lo.

No outro dia...

Me acordei (como sempre), tomei meu café (como sempre), e fui rumo ao reino da Kaila, ou melhor dizendo, ao “Kailand”. Chegando na escola, Kaila estava distribuindo perfis pros súditos dela (e pros prisioneiros também), o perfil era uma folha que você recebia da própria “rainha” onde dizia como ela te achava, como ela te definia e como você poderia melhorar. E no meu dizia isso:

Jany:

Te acho: Eu te acho uma bruxa, feia, esquisita e estranha. 
Te defino: Bruxa. Mas seu apelido vai ser feia mesmo.
Pode melhorar: Em nada. Você nasceu com defeito, nunca vai chegar aos meus pés.

Quando ela me deu o papel, olhei pra ela com uma cara de você-pirou? Ela me disse:
— Aceite, você é uma feia, sua feia. — Falou a rainha Kaila.
— Ok, rainha Kaila. — Tinha que chamar ela de rainha Kaila, se não ela me zoava.
E perguntei pra Claire:
— Como é seu papel?
— Olha:

Claire:

Te acho: Gorda. Vai emagrecer!
Te defino: Gorda. Mas seu apelido vai ser cárie-gorda.
Pode melhorar: Vai em uma academia, gorducha.

— É sério! O que ela tem? — Falei aquilo irônica.
— Vai saber, é a rainha Kaila. — Disse ela.
— Me sinto mal te vendo ser zoada. — Eu disse.
— Eu sei, é muito difícil pra mim. Posso te contar uma coisa?
— Pode sim. — Fui levando ela num lugar mais fechado.
— Eu forço o vômito. — Desabafou ela.
— Sério? Ah meu Deus! Por causa dessa vaca?!
— Sim... Eu tenho auto repugnância, auto negação e auto crítica. 
— A rainha Kaila é do mal. — Falei dando um riso.  
Você vai ir na festa da Kaila? — Claire perguntou.
— Tenho que ir, se não ela faz da minha vida um inferno. — Disse.
— Eu também... — Claire falou não terminando a frase — Seus pais deixaram você ir?
— Não. Minha mãe disse que no “primeiro dia de aula meu e já tem festa? Não pode!” e blá, blá, blá...
— E como você vai ir? — Perguntou.
— Ainda não sei, mas vou dar um jeito. — Falei.

Teria que fazer tudo o que a Kaila mandava pra não ser zoada. Parecia ser algo idiota, mas Kaila era do tipo “Lúcifer em pessoa, faz o que eu mando se não te levo pro inferno”, então, era melhor obedecer as ordens da rainha... Quando cheguei em casa, minha mãe meu pai iriam sair pra ir pro centro de esportes. Ok, eles saíram fiz uma carinha fofa, disse tchau e eles foram. Ótimo, Jany, como que você vai ir na festa da rainha Kaila? A festa começa daqui à uma hora e eu nem me vesti. Bom, subi no meu quarto coloquei um vestido, usei gloss e rímel incolor e desci as escadas e comecei a falar sozinha:

— AH SUA JANDIOTA! COMO VOCÊ VAI IR NESSA FESTA? — Falei alto — Pensa, pensa! Hum...

A ideia veio. Como meus pais iriam de a pé, e não iam de carro... Bom, acho que vou usar o carro!
Tentei procurar a chave, então achei. Liguei o carro, mas não sabia como usa-lo, afinal, eu nem tinha carteira de habilitação! Mas em fim, abri o portão, e tentei usa-lo, merda, quebrei a lixeira que ficava no lado esquerdo da calçada... Ok, cheguei na casa (castelo) da Kaila, parecia aqueles velhos ceguetas que não sabiam andar de carro mas tinham carteira. Kaila abriu o portão da casa dela, eu entrei e ela me perguntou:

— Você sabe dirigir? 
— Não. — Disse.
— Então por que veio de carro? — Perguntou de novo.
— Porque meus pais não iriam me deixar vir na sua festa, rainha Kaila. — Eu disse bem ironicamente.
— Ok, prisioneira, se você se esforçar, você se torna uma súdita do Kailand. — Vaca. Não quero ser nada dela.
— Não, obrigada. Prefiro ser prisioneira mesmo, onde eu sento? — Falei e perguntei.
— Hello! Você não vai se sentar. — Falou ela.
— Ora, por quê?
— Porque você vai ter que ficar no quarto dos prisioneiros, no andar de cima. Lá tem uma festinha especial pra você, darling. Aliás, prisioneiros não vão em festas de suas rainhas, certo? — GRRR!
— É, você tem razão. — Falei com um sorrisinho irônico e subi para o andar de cima.

Entrei no “quarto dos prisioneiros” que ela tinha me falado, e adivinha quem estava lá? Exatamente, Claire.

— Oi, Claire... — Eu disse.
— Oi. Bem-vinda ao quarto dos prisioneiros.
— Então quer dizer, que eu usei o carro sem permissão dos meus pais pra nada? Sacanagem. Ótimo, quando eu chegar em casa, meus pais vão cortar minha cabeça e dar pros cachorros de rua comerem. — Falei.
— Você veio até aqui com o carro dos seus pais? — Perguntou soltando uma risada.
— SIM! — Falei rindo.

Nós duas se matamos de rir naquela hora, foi engraçado! Então, perguntei:

— Você acha essas coisas que a Kaila faz, coisas infantis? 
— Claro. — Disse ela — Ela parece estar na primeira série! Sabe? Parece aquelas patricinhas que se acham as princesinhas da sala — Soltou um riso.
— Verdade! — E comecei a rir também.   

Kaila bateu na porta do quarto e falou:

— Se quiserem comer, desçam. Mas depois, vão ter que voltar pro quarto, viu? Aliás, Cárie-gorda, não coma demais para não ficar uma orca.

Claire nem disse nada, estava com medo de responder. Descemos e comemos, depois, fomos obrigadas à entrar no quarto e ficarmos lá a festa inteira. Chegando meia-noite, Kaila e seus súditos subiram até o “quarto dos prisioneiros” para riscar os nossos rostos e depois tirarem fotos. Dito e feito, fizeram. Cheguei em casa à 00:30 e meus pais estavam me esperando, o carro estava todo sujo e amassado, pois não sabia andar. Eles foram logo me perguntando:

— JANY! QUE DIABOS VOCÊ FEZ COM O CARRO? ONDE VOCÊ FOI? — Gritou minha mãe.
— Bom, mãe, eu fui na festa da Kaila, minha colega. Eu queria muito ir, mas você não deixou, desculpa. 
JANY! PROMETA QUE NUNCA MAIS VAI FAZER ISSO, OUVIU?! — Gritou meu pai — Agora, vá subir e vá dormir!
— Claro, pai, eu nunca mais vou fazer isso. Desculpa, é que a Kaila é uma grande amiga minha.
— Eu disse.



Espero que gostem ♥

— May

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