História: Estrada sem Fim - Parte 1

Ouvindo: Katy Perry - Firework | Comendo: Nada | Estou: Normal...
Oii Meninas *-*

Hoje a é a 1ª parte da nova 'história' do blog, não sei se você vai gostar porque né... Eu não faço fanfics boas e tals, mas sei lá, acho que nessa história eu caprichei mais, coloquei mais realismo, e deu o que deu, eu espero que todos vocês gostem, boa leitura!

 História: Estrada sem Fim - Parte 1

Hoje era meu primeiro dia de aula na minha mais nova escola, tudo era muito novo, as pessoas me olhavam com cara estranha, mas eu acho que tudo aquilo era normal... Quer dizer, acho que não. Eu vestia um short jeans, uma blusinha azul-turquesa, meu azul preferido, e um tênis. De repente, me sentei num banco que tinha no jardim, sozinha, e uma menina começou a falar comigo:

— Olha a novata. — Disse a tal menina.

— Oi, qual é seu nome? — Falei sendo simpática. 

— Mia. Prazer, Mia. E você, novata? — Parecia ser grossa.

— Jany. — Falei eu ainda um pouco tímida.

Quando cheguei na sala de aula, todo mundo olhava pra mim. Parecia que eu era um ET ou algum bicho que ninguém nunca viu, confesso, eu era um pouco desarrumada. Depois das "brincadeirinhas" que as professoras sempre fazem no primeiro dia de aula, bateu o sino pro recreio. Ok, lá vou eu. Calma Jany, vai dar tudo certo, ninguém vai te magoar, siga em frente. Me sentei num banco onde duas meninas estavam lanchando, logo, logo elas se levantaram e saíram de perto de mim. Tive que lanchar sozinha. Eu... nossa... nunca me senti tão mal. Então eu segui aquelas duas meninas mais tarde, e elas foram brincar de pular corda, eu perguntei:

— Posso pular corda também? — Perguntei super tímida.

Elas ficaram me olhando, me olhando... Então, uma respondeu:

— Depois... — Disse uma menina pouco indecisa — Meu nome é Carie, e o seu?

— É Jany — Falei.

No fim das contas, elas não me deixaram pular corda com elas... Acho que é difícil estar em uma escola nova, mas pelo menos, conhecia duas meninas e eu acho que elas são legais. No outro dia de aula, o segundo, quando cheguei uns meninos começaram a me zoar:

— NOSSA VIDA! QUE FEIA! — Disse um deles.

— Não perca tempo com essa feiosa ai, Steve. — Disse um outro.

Eu não disse nada, fiquei calada. Às vezes a melhor resposta que você pode dar é o silêncio, às vezes, eu disse. Quando começou as aulas, me sentei na frente, e um menino começou a bater papo comigo:

— Ei, novata... — Disse o tal de Steve.

— O que é? — Perguntei baixinho.

— Qual teu nome? — Perguntou ele.

— Jany. — Falei.

— Oi, Jany. Sabia que eu ouvi a Mia e a Carie falarem que você é estranha e esquisita? — Falou ele querendo fazer intriga.

— Com licença, tenho que prestar atenção na professora Morgan. — Falei brava.

É, Mia e Carie não eram legais. Eles nem me conheciam! Não sabiam nem onde eu morava e minha idade! Já vi que elas são do tipo “julgadoras”... Eu fiquei magoada com o que o Steve disse... me senti tão mal que você nem tem ideia, aquelas simples palavras me fizeram ficar com raiva de mim... uma raiva que era quase ódio, era tipo... era como... uma explosão. Bom, como a minha frase preferida sempre me diz: “Siga em frente.” vou seguir em frente! Quando bateu o sino pro recreio, elas olhavam pra mim com cara de como se eu fosse uma piada e ficavam rindo de mim. Então, banquei uma de barraqueira e fui lá falar com elas...

— Steve me contou que vocês me chamaram de estranha e esquisita. — Disse querendo alguma explicação para aquilo.

Péssima ideia, sua “Jandiota”!

— Olha Jany, eu falei o que eu penso, você é mesmo esquisita e estranha. — Falou Mia na maior cara dura.
— Mia tem razão, você é estranha e esquisita! — Concordou a Carie.
— Além do mais, você é feia. — Mia me ofendeu.

Aquilo era mesmo meu lugar? Aquilo não era uma opinião. Era uma ofensa. E foi o que eu disse...

— Olha Mia e Carie, isso não é uma opinião, é uma ofensa. — Falei quase chorando.
— Pense o que quiser, você é feia mesmo. — Mia falou.

Que rude! Mia e Carie eram duas cobras... Sem saber que aquelas simples palavras, eu levaria pra minha vida inteira, literalmente.

No outro dia...

— Acorda, Jany! — Disse minha mãe parecendo estar contente.
— Já acordei. — Falei ainda meio sonolenta.
— Foi legal o primeiro e o segundo dia de aula? — Ela perguntou.
— Foi sim... — Menti.
— Ah, que bom... — Ela pareceu não acreditar muito em mim. — Vem! Vamos tomar café!
— Tá, vou vestir minha roupa.

Desci as escadas devagar, eu tava muito sonolenta! Tomei meu café, e fui rumo à escola, outro dia de luta pra conseguir fazer alguma amizade.
Chegando na escola, Mia e Carie e mais algumas garotas que eu nem sabia o nome, estavam me esperando na portaria. O que elas queriam? Iriam me zoar? Ah, que bacana. Só que não.

— Oi, Jany. — Mia disse sendo uma falsa-simpática.
— Oi... — Falei meio confusa.
— Então, como tá sendo a nova escola? — Perguntou uma garota que eu nem conhecia.
— Tá sendo legal... — Falei ainda confusa — Qual o seu nome?
— O meu? É Julie. E o seu é, Jany né? — Falou a Julie.
— É. — Falei.

Ficaram alguns segundos em silêncio. E de repente, o papo começou a fluir... Não me interessei nem um pouco.

— Então, viram o Lian? Ele não é lindo?! — Falou Mia.
— ELE É SIM!!! — Concordou a tal de Julie.

E adivinha? Elas estavam conversando sobre garotos, me senti um peixe fora d’ água. Nada a ver o assunto comigo. Sai de fininho e fiquei sentada num banco, sozinha. Na época, eu não ligava muito, mas agora, aquilo que eu vivi me machuca. Eu era super solitária, tipo, muito.
Ok, bateu o sino pra ir embora, aleluia. E quando eu cheguei em casa, eu tive uma surpresa: O Steve havia pegado o bilhete da Mia conversando com a Carie, e sabe o que tava escrito naquela merda?

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Steve estava se mostrando um bom amigo. Um bom amigo mesmo. Nem pense que eu tava me interessando por ele, porque eu não tava, ok? Mas fiquei feliz que ele estava me mostrando o que Mia e Carie realmente eram, pelo menos, eu não iria me iludir e achar que elas guardariam segredos profundos meus, mas me senti mal, admito. Aquela "raiva" que eu estava sentindo de mim mesma, estava voltando. Já sentiu aquela raiva de você mesma por não entender o porquê das pessoas não gostarem de você e te acharem rídicula? Se sentiu, sabe como é. Depois de alguns minutos, eu percebi que aquilo não era raiva, era ódio. Corri pro banheiro, e me tranquei lá dentro. Comecei a chorar sem parar, sem parar... Até que aquele ódio me fez ficar maluca e eu tinha que expressar aquele ódio, aquele maldito ódio em mim, eu queria arrancar do peito, queria que aquilo sumisse de mim, queria que aquilo... desaparecesse, então olhei pra prateleira do banheiro e fiquei procurando algum objeto pontiagudo, achei. Nem preciso dizer o que eu fiz né? Cortei meu braço. Bem perto do pulso...

— POR QUE EU FIZ ISSO? POR QUÊ? — Falei baixo pra minha mãe não ouvir, estava chorando muito.

Rapidamente, entrei dentro do meu quarto e fiquei procurando um curativo. Comecei a pensar... “Minha mãe vai perguntar o que é, e eu não quero responder...” pensei. Então, ao em vez de colocar um curativo, enchi meu braço de pulseiras, eram nove ao todo. Sai do quarto, e fui jantar. Quando sentei na mesa, meu pai perguntou...

— Por que você tá usando tantas pulseiras? — Meu pai perguntou.

— É que agora é moda... — Foi o que saiu, não me culpe!

— Ah, interessante... — Minha mãe falou.

Minha irmã desceu as escadas. Nossa, tinha me esquecido de falar da minha irmã né? Haha, prazer, o nome dela era Lince, 12 anos, eu? 15 anos.

— Oi, maninha! — Lince disse.

— Oi! — Falei.

Depois do jantar, me tranquei dentro do meu quarto, liguei o notebook, e pesquisei na Google:

 

Quando uma pessoa se corta, o que ela está praticando?

Aparecia milhões de resultados. E um daqueles resultados me chocou. Abri um site e uma pessoa estava perguntando exatamente isso:

» Quando uma pessoa se corta, o que ela está praticando?

Melhor resposta «

Automutilação. Caso você não saiba o que é isso, eu explico: é quando uma pessoa se corta para expressar uma dor. Também pode-se falar autolesão, não precisa só ser se cortando, pode ser se queimando, se enforcando por alguns minutos...

Automutilação. Automutilação. Aquela palavra não saía da minha cabeça. Eu praticava automutilação. Então, por curiosidade, pesquisei mais na Google sobre aquilo e achei mais resultados, e acabei descobrindo que aquilo, era, dependendo do caso, uma doença psicológica. Eu estava enlouquecendo? Eu estava doente? Ah meu Deus! Minha mãe bateu minha porta...

— Oi filha, não acha que tá na hora de dormir? — Disse minha mãe.

— Ok, desculpe, é que eu tava fazendo minhas tarefas de casa e pesquisando sobre assuntos interessantes na internet... — Menti um pouquinho.

— Ah, que bom que você tá se interessando nos estudos... Fico feliz. — Minha mãe pareceu alegre mesmo.

— Ah mãe, agora eu tenho que dormir, boa noite. — Falei eu.

— Ok filha, boa noite. — Minha mãe disse.

Fechou a porta. Então, eu fechei os olhos e dormi pensando no que eu havia feito comigo mesma...

Espero que gostem, e se não gostarem, comentem o que eu posso melhorar ;)

~ May

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